Resultados de Eficácia
Visão Geral de Ensaios Clínicos
A eficácia de inotersena foi demonstrada em um estudo clínico multicêntrico, controlado por placebo, duplo-cego, randomizado em pacientes com PAF-TTR (NEURO-TTR ou CS2) e foi corroborado por um estudo aberto de extensão (CS3 ou estudo de extensão NEURO-TTR).
O estudo NEURO-TTR controlado por placebo, multicêntrico foi composto por 172 pacientes tratados com polineuropatia por TTR (PAF-TTR) em Estágio 1 ou Estágio 2 e avaliou a administração de 300 mg de inotersena como injeção subcutânea uma vez por semana, por 65 semanas de tratamento. Sessenta e dois por cento dos pacientes apresentaram cardiomiopatia por TTR (CAF-TTR) no período basal. Pacientes foram randomizados em uma proporção 2:1 para receber inotersena ou placebo. Os desfechos de eficácia primários foram a alteração a partir do período basal até a Semana 66 na pontuação composta de mNIS+7 e na pontuação total do questionário Norfolk QoL-DN. Os desfechos primários foram também avaliados na Semana 35. Os pacientes foram estratificados por estágio da doença (Estágio 1 versus Estágio 2), mutação TTR (V30M versus não-V30M) e tratamento anterior com tafamidis ou diflunisal (sim versus não). Os dados demográficos do período basal e as características da doença foram geralmente bem equilibradas entre os grupos de tratamento (Tabela 1).
Tabela 1: Dados Demográficos Basais
--- | Placebo (N=60)Placebo (N=60)Placebo (N=60) | Inotersena (N=112)Inotersena (N=112)Inotersena (N=112) | Total (N=172)Total (N=172)Total (N=172)Total (N=172) |
Idade (anos), média (SD)Idade (anos), média (SD)Idade (anos), média (SD) | 59,5 (14,05)59,5 (14,05) | 59,0 (12,53)59,0 (12,53) | 59,2 (13,04)59,2 (13,04)59,2 (13,04) |
Homens, n (%)Homens, n (%)Homens, n (%) | 41 (68.3)41 (68.3) | 77 (68,8)77 (68,8) | 118 (68,6)118 (68,6)118 (68,6) |
Região, n (%)Região, n (%)Região, n (%) | EuropaEuropa | 23 (38,3)23 (38,3) | 37 (33,0)37 (33,0) | 60 (34,9)60 (34,9)60 (34,9) |
América do NorteAmérica do NorteAmérica do Norte | 26 (43,3)26 (43,3) | 56 (50,0)56 (50,0) | 82 (47,7)82 (47,7)82 (47,7) |
América do Sul/AustralásiaAmérica do Sul/AustralásiaAmérica do Sul/Australásia | 11 (18,3)11 (18,3) | 19 (17,0)19 (17,0) | 30 (17,4)30 (17,4)30 (17,4) |
mNIS+7, média (SD)mNIS+7, média (SD)mNIS+7, média (SD) | 74,75 (39,003)74,75 (39,003) | 79,16 (36,958)79,16 (36,958) | 77,62 (37,629)77,62 (37,629)77,62 (37,629) |
Norfolk QoL-DN, média (SD)Norfolk QoL-DN, média (SD)Norfolk QoL-DN, média (SD) | 48,68 (26,746)48,68 (26,746) | 48,22 (27,503)48,22 (27,503) | 48,38 (27.165)48,38 (27.165)48,38 (27.165) |
Estágio da doençaEstágio da doençaEstágio da doença | Estágio 1Estágio 1 | 42 (70,0)42 (70,0) | 74 (66,1)74 (66,1) | 116 (67,4)116 (67,4)116 (67,4) |
Estágio 2Estágio 2Estágio 2 | 18 (30,0)18 (30,0) | 38 (33,9)38 (33,9) | 56 (32,6)56 (32,6)56 (32,6) |
Mutação1 de V30M TTRMutação1 de V30M TTRMutação1 de V30M TTR1 | SimSim | 33 (55,0)33 (55,0) | 56 (50,0)56 (50,0) | 89 (51,7)89 (51,7)89 (51,7) |
NãoNãoNão | 27 (45,0)27 (45,0) | 56 (50,0)56 (50,0) | 83 (48,3)83 (48,3)83 (48,3) |
Tratamento anterior com tafamidis ou diflusinal1Tratamento anterior com tafamidis ou diflusinal1Tratamento anterior com tafamidis ou diflusinal11 | SimSim | 36 (60,0)36 (60,0) | 63 (56,3)63 (56,3) | 99 (57,6)99 (57,6)99 (57,6) |
NãoNãoNão | 24 (40,0)24 (40,0) | 49 (43,8)49 (43,8) | 73 (42,4)73 (42,4)73 (42,4) |
CAF-TTR2 , n (%)CAF-TTR2 , n (%)CAF-TTR2 , n (%)2 | 33 (55,0)33 (55,0) | 75 (66,4)75 (66,4) | 108 (62,4)108 (62,4)108 (62,4) |
Duração da doença3 PAF-TTR (meses) média (SD)Duração da doença3 PAF-TTR (meses) média (SD)Duração da doença3 PAF-TTR (meses) média (SD)3 | 64,0 (52,34)64,0 (52,34) | 63,9 (53,16)63,9 (53,16) | 63,9 (52,72)63,9 (52,72)63,9 (52,72) |
Duração da doença3 CAF-TTR (meses) média (SD)Duração da doença3 CAF-TTR (meses) média (SD)Duração da doença3 CAF-TTR (meses) média (SD)3 | 34,1 (29,33)34,1 (29,33)34,1 (29,33) | 44,7 (58,00)44,7 (58,00) | 41,1 (50,23)41,1 (50,23)41,1 (50,23) |
(1) Com base em banco de dados clínicos.
(2) Pacientes no Grupo CM-Echo definidos como todos os pacientes com diagnóstico de CAF-TTR na entrada do estudo ou espessura da parede ventricular esquerda >1,3 cm no ecocardiograma sem histórico conhecido de hipertensão persistente.
(3) Duração desde o início dos sintomas até a data do consentimento livre e esclarecido.
Resposta Clínica
As alterações a partir do período basal nos dois desfechos primários (mNIS+7 e Norfolk QoL-DN) demonstraram benefícios estatisticamente significantes a favor do tratamento com inotersena na Semana 35 e Semana 66.
Figura 1: Análise do Desfecho Primário mNIS+7 e Norfolk QoL-DN
Os resultados nas diversas características da doença (mutação TTR (V30M, não-V30M), estágio da doença (Estágio 1, Estágio 2), tratamento anterior com tafamidis ou diflunisal (sim, não), presença de CAF-TTR (sim, não)) na Semana 66 mostraram benefícios estatisticamente significantes em todos os subgrupos com base na pontuação composta de mNIS+7 e todos os subgrupos menos um (conjunto CM-Eco; p=0,067) com base na pontuação total de Norfolk QoLDN (Tabela 2, Figura 1). Ademais, os resultados entre os componentes de mNIS+7 (Figura 2) e domínios da pontuação composta de Norfolk QoL-DN foram consistentes com a análise do desfecho primário, mostrando benefício nas neuropatias motora, sensória e autonômica.
Tabela 2: Análise por Subgrupo de mNIS+7 e Norfolk QoL-DN
--- | Norfolk QoL-DNNorfolk QoL-DNNorfolk QoL-DNNorfolk QoL-DN | mNIS+7mNIS+7mNIS+7mNIS+7 |
SubgrupoSubgrupoSubgrupoSubgrupo | Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo) | Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo)Mês 15 Alteração a partir do Período Basal (Diferença Inotersena – Placebo) |
V30MV30MV30M | -12,25 (4,700)-12,25 (4,700) | p=0,010p=0,010 | -18,86 (4,689)-18,86 (4,689) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Não-V30Não-V30Não-V30 | -11,12 (4.918)-11,12 (4.918) | p=0,025p=0,025 | -21,27 (4,950)-21,27 (4,950) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Doença Estágio 1Doença Estágio 1Doença Estágio 1 | -9,93 (4.169)-9,93 (4.169) | p=0,019p=0,019 | -14,20 (4,195)-14,20 (4,195) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Doença Estágio 2Doença Estágio 2Doença Estágio 2 | -15,04 (5.623)-15,04 (5.623) | p=0,008p=0,008 | -29,12 (5,610)-29,12 (5,610) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Uso anterior de estabilizadoresUso anterior de estabilizadoresUso anterior de estabilizadores | -9,05 (4.62)-9,05 (4.62) | p=0,052p=0,052 | -20,02 (4,634)-20,02 (4,634) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Virgens de tratamentoVirgens de tratamentoVirgens de tratamento | -14,70 (4.935)-14,70 (4.935) | p=0,003p=0,003 | -20,84 (4,958)-20,84 (4,958) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Conjunto CM-EchoConjunto CM-EchoConjunto CM-Echo | -9,05 (4.266)-9,05 (4.266) | p=0,036p=0,036 | -17,17 (4,268)-17,17 (4,268) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Conjunto Não-CMEchoConjunto Não-CMEchoConjunto Não-CMEcho | -16,35 (5.530)-16,35 (5.530) | p=0,004p=0,004 | -25,18 (5,497)-25,18 (5,497) | p<0,001p<0,001p<0,001 |
Figura 2: Resultados de mNIS+7 e Norfolk QoL-DN em Pacientes em Estágio 1 (painéis à esquerda) e Estágio 2 (painéis à direita)
Figura 3: Diferença na Alteração Média dos Quadrados Mínimos (LSM) a partir do Período Basal entre os Grupos de Tratamento em mNIS+7 e Componentes
Progressão da doença foi avaliada em 36,5% pacientes tratados com inotersena como evidência pela progressão zero no mNIS+7. Em 50% dos pacientes tratados com inotersena houve progressão zero em Norfolk QoL-DN (Tabela 1). Além disso, uma análise respondente de mNIS+7 usando limiares que variam de 0 a 30 pontos em aumento a partir do período basal (usando conjunto de análise completo), mostrou que o grupo de inotersena apresentou aproximadamente uma taxa de resposta 2x maior do que no grupo de placebo em cada limiar testado, demonstrando consistência na resposta (Figura 3). Um respondente foi definido como sujeito que apresentou uma alteração a partir do período basal que foi menor ou igual ao valor do limiar.
Figura 4: Taxa de Resposta de mNIS+7 na Semana 66 por Valor de Limiar.
Todos os pacientes com pelo menos uma avaliação de eficácia após o período basal. Um respondente foi definido como sujeito que apresentou uma alteração do período basal que foi menor ou igual ao valor do limiar. Significância estatística a favor de inotersena foi demonstrada em todos os limiares acima de uma alteração de 0 pontos.
Tabela 3: Número e Percentual de Pacientes sem Progressão da Doença em 15 meses
--- | Norfolk QoL-DNNorfolk QoL-DNNorfolk QoL-DN | mNIS+7mNIS+7mNIS+7mNIS+7 |
Grupo de Tratamento1Grupo de Tratamento1Grupo de Tratamento1Grupo de Tratamento11 | Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)2 | Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)Sem Progressão da Doença2 (Semana 66 Alteração a partir do período basal)2 |
PlaceboPlaceboPlacebo | 14 (26,9%)14 (26,9%) | 10 (19,2%)10 (19,2%)10 (19,2%) |
InotersenInotersenInotersen | 42 (50%)p=0,00842 (50%)p=0,008 | 31 (36,5%)p=0,03231 (36,5%)p=0,03231 (36,5%)p=0,032 |
1Todos os pacientes com valores não omitidos na avaliação de eficácia do período basal e da Semana 66. Placebo n=52, Inotersena n=85 para mNIS+7 e n=84 para Norfolk QoL-DN.
2Alteração a partir do período basal até Semana 66 foi menor ou igual a zero.
Os resultados do estudo controlado NEURO-TTR foram corroborados pelo estudo aberto, em andamento, de extensão NEURO-TTR conduzidos em pacientes que concluíram NEURO-TTR. No estudo de extensão, os pacientes que receberam tratamento precoce (grupo de inotersena em NEURO-TTR) ou tratamento retardado (grupo de placebo em NEURO-TTR) se beneficiaram do tratamento com inotersena conforme demonstrado por uma taxa mais baixa de progressão em comparação com a taxa de progressão do grupo com placebo em NEURO-TTR. Entretanto, pacientes com tratamento retardado continuaram a apresentar uma doença mais grave no estudo de extensão em comparação àqueles com tratamento precoce com inotersena, demonstrando benefício superior com tratamento precoce que persistiu com o tempo (Tabela 5).
Tabela 5. Média (DP) dos escores mNIS + 7 e Norfolk QoL-DN
-- | Pacientes que receberam placebo no estudo CS2Pacientes que receberam placebo no estudo CS2Pacientes que receberam placebo no estudo CS2 | Pacientes que receberam inotersena no estudo CS2Pacientes que receberam inotersena no estudo CS2Pacientes que receberam inotersena no estudo CS2Pacientes que receberam inotersena no estudo CS2 |
mNIS+7mNIS+7mNIS+7 | Início do Neuro-TTRInício do Neuro-TTRInício do Neuro-TTR | 77,17 (37,577)77,17 (37,577) | 76,82 (35,449) 76,82 (35,449) 76,82 (35,449) |
Início do estudo de ExtensãoInício do estudo de ExtensãoInício do estudo de Extensão | 100,79 (50,336)100,79 (50,336) | 81,13 (38,897)81,13 (38,897)81,13 (38,897) |
Semana 78 do estudo de ExtensãoSemana 78 do estudo de ExtensãoSemana 78 do estudo de Extensão | 119,57 (67,021)119,57 (67,021) | 90,86 (46,440)90,86 (46,440)90,86 (46,440) |
Norfolk QoL-DNNorfolk QoL-DNNorfolk QoL-DN | Início do Neuro-TTRInício do Neuro-TTRInício do Neuro-TTR | 49,06 (29,070)49,06 (29,070) | 46,02 (27,467)46,02 (27,467)46,02 (27,467) |
Início do estudo de ExtensãoInício do estudo de ExtensãoInício do estudo de Extensão | 60,49 (32,580)60,49 (32,580) | 46,64 (27,861)46,64 (27,861)46,64 (27,861) |
Semana 78 do estudo de ExtensãoSemana 78 do estudo de ExtensãoSemana 78 do estudo de Extensão | 73,09 (40,803)73,09 (40,803) | 52,66 (28,867)52,66 (28,867)52,66 (28,867) |
Os achados globais do estudo controlado NEURO-TTR e estudo de extensão NEURO-TTR corroboraram a eficácia de inotersena em toda a gama de pacientes com PAF-TTR, e contribuíram para o início precoce do tratamento com inotersena.
Um período de ataque com 3 doses de Inotersena ou placebo na primeira semana de tratamento foi incluído no ensaio clínico NEURO-TTR. Os pacientes inscritos no NEURO-TTR entraram em um estudo de acompanhamento em que todos os pacientes que tinham recebido placebo no estudo NEURO-TTR passaram a receber Inotersena. Não houve período de ataque durante a primeira semana no estudo de acompanhamento. Uma comparação do efeito do tratamento na redução dos níveis de TTR, mNIS+7 e Norfolh-QoL-DN entre os dois estudos revelou que um período de ataque não é necessário para velocidade de início do efeito, tampouco magnitude do efeito do Inotersena.
Referências Bibliográficas
BENSON, Merrill D. et al. Inotersen treatment for patients with hereditary transthyretin amyloidosis. New England Journal of Medicine, v. 379, n. 1, p. 22-31, 2018.
Características Farmacológicas
Grupo farmacoterapêutico: ainda não designado.
Código ATC: ainda não designado.
Propriedades Farmacodinâmicas
Efeitos farmacodinâmicos
Inotersena demonstrou atividade potente em reduzir os níveis de RNAm TTR em hepatócitos de humanos e macacos cynomolgus. Estudos farmacológicos em animais conduzidos com inotersena em macacos cynomolgus e camundongos com TTR transgênico humano demonstraram reduções robustas e reprodutivas nos níveis de RNAm TTR hepático do tipo selvagem e mutante, os quais estavam acompanhados de reduções igualmente robustas e significativas nos níveis de proteína plasmática de TTR.
No estudo pivotal NEURO-TTR, no grupo de tratamento com inotersena foi observada redução robusta nos níveis de TTR circulante durante o período de 15 meses de tratamento, com alterações percentuais médias a partir do nível basal no TTR sérico variando de 68,41% a 74,03% (faixa mediana: 74,64% a 78,98%) da Semana 13 até Semana 65 (Figura 1). No grupo com placebo, a concentração média de TTR sérico reduziu até 8,50% na Semana 3 e permaneceu constante durante o período de tratamento.
Figura 5: Alteração Percentual a Partir do Nível Basal no TTR sérico ao Longo do Tempo
Quando as doses de ataque foram omitidas (como no estudo aberto de extensão NEURO-TTR, inotersen mostrou rápido início de ação com redução significativa (47,5%) dos níveis de TTR ao final de 7 semanas após o início do tratamento, o primeiro ponto no qual os níveis de TTR foram medidos.
Efeitos ECG Cardíacos
Em geral, não houve alterações clinicamente significativas nos parâmetros de ECG em sujeitos que receberam inotersena ou placebo. Não foi observada nenhuma correlação positiva entre os intervalos QTcF corrigidos para o nível basal e placebo com tempo correspondente (ΔQTcF e ΔΔQTcF) nas concentrações plasmáticas de inotersena. Portanto, inotersena não prolonga o intervalo QTc.
Mecanismo de Ação
Inotersena é um inibidor oligonucleotídeo antisense fosforotioato (ASO) 2′-O-(2-metoxietila) (2′-MOE) da transtirretina (TTR) molecular alvo. A ligação seletiva de inotersena ao mRNA TTR causa degradação do RNAm TTR tanto mutante, quanto do tipo selvagem (normal). A degradação do mRNA TTR impede a síntese de TTR no fígado, resultando em reduções significativas nos níveis de proteína TTR mutada e do tipo selvagem secretada pelo fígado na circulação. Essa produção reduzida do fígado foi associada com resultados de progresso para doença ATTR ao reduzir a formação de depósitos fibrilosos amiloides TTR.
Inotersena demonstrou atividade potente em reduzir níveis de mRNA TTR em hepatócitos de macacos cynomolgus e humanos. Estudos de farmacologia em animais conduzidos com inotersena em macacos cynomolgus e camundongos com TTR transgênico humano demonstraram reduções robustas e reprodutivas nos níveis de mRNA TTR hepático do tipo selvagem e mutante, os quais estavam acompanhados de reduções igualmente robustas e significativas nos níveis de proteína plasmática de TTR.
Farmacocinética
A farmacocinética de dose única e dose múltipla de inotersena em voluntários saudáveis e em pacientes com amiloidose hereditária associada à transtirretina mostrou que a exposição plasmática de inotersena aumenta com a elevação da dose na faixa de 50 mg a 400 mg.
Absorção
Após a administração subcutânea, inotersena é absorvido rapidamente na circulação sistêmica de maneira dependente da dose com o tempo mediano até concentrações plasmáticas máximas (Cmax) de inotersena tipicamente alcançadas dentro de 2 a 4 horas.
Distribuição
Inotersena possui alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (>94%) e a ligação de fração é independente da concentração do medicamento. Inotersena rapidamente se distribui amplamente a tecidos com as mais altas concentrações observadas nos rins e no fígado e não ultrapassa a barreira hematoencefálica com base em estudos animais (camundongo, rato e macacos). O volume aparente de distribuição de inotersena em estado de equilíbrio é de 293 L em pacientes com amiloidose hereditária associada à transtirretina.
Metabolismo e eliminação
Inotersena não é um substrato para o metabolismo de CYP450 e é metabolizado em tecidos por endonucleases para formar oligonucleotídeos inativos mais curtos que são substratos para metabolismo adicional por exonucleases. Inotersena inalterado é o componente circulante predominante.
A eliminação de inotersena envolve tanto metabolismo em tecidos quanto excreção na urina. Inotersena e seu metabólitos de oligonucleotídeo mais curto são excretados na urina humana. A recuperação urinária do medicamento principal é limitada com menos de 1% dentro de 24 horas após a dose. Após administração subcutânea, a meia-vida de eliminação para inotersena é de aproximadamente 1 mês.
Populações Especiais
{
"tag": "H5",
"content": "Comprometimento Renal"
}
Uma análise farmacocinética da população sugere que comprometimento renal leve e moderado não possuem efeito clinicamente relevante na exposição sistêmica à inotersena. Nenhum dado está disponível sobre pacientes com comprometimento renal grave.
{
"tag": "H5",
"content": "Comprometimento Hepático"
}
A farmacocinética de inotersena em pacientes com comprometimento hepático é desconhecida.
{
"tag": "H5",
"content": "Idade, Sexo, Peso e Raça"
}
Com base na análise farmacocinética da população, idade, peso, sexo e raça não possuem efeitos clinicamente relevantes na exposição à inotersena.
Estudos sobre Interação Medicamentosa
Estudos in vitro indicam que inotersena não é inibidor de CYP1A2, CYP2B6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1, ou CYP3A4 ou indutor de CYP1A2, CYP2B6, ou CYP3A4.
Estudos in vitro sugerem que inotersena não é um substrato ou inibidor de glicoproteína-P (P-gp), proteína de resistência ao câncer de mama (BCRP), peptídeos transportadores de ânion orgânico (OATP1B1, OATP1B3), bomba de exportação de sais biliares (BSEP), transportadores de cátion orgânico (OCT1, OCT2) ou transportadores de ânion orgânico (OAT1, OAT3).
O efeito de medicações concomitantes comumente usadas, incluindo diuréticos, antitrombóticos e analgésicos não AINE, foi avaliado por análise PK da população e nenhuma das medicações concomitantes avaliadas mostrou qualquer efeito clinicamente relevante no clearance de inotersena.
Formação de Anticorpos Anti-Inotersena que Afetam a Farmacocinética
A formação de anticorpos de ligação ao inotersena pareceu elevar a Cvale sem afetar Cmax, AUC e meia-vida.